Transição de menina para mulher
Transição de menina para mulher
Muitas vezes queremos ignorar essa transformação. Não queremos sofrer e toda a mudança dói, toda a transformação dói. Tentamos abafa-la com padrões e padrões de menina, de adolescente. Fugimos de nos responsabilizarmos por nós próprias. Pensamos, alguém o fará. Alguém sempre o fez. Alguém protegia, alguém decidia, alguém abria caminho. Menina sem reconhecer a força interior, sem se conhecer, sem saber o que quer porque nunca lhe punham essa questão-chave. Indecisa, donzela quem sabe, a querer afirmar-se, a querer sair desse corpo de menina mas, interiormente, quando será que essa transformação ocorre mesmo?
Dói. Muitas mulheres referem que a sentem no momento do parto. Outras depois de um relacionamento que as fez reconhecer que a única pessoa que se pode e deve responsabilizar por ela, é ela própria. Outras, quando confrontadas com a outra parte de si, a mais sombria, a mais escondida, a mais selvagem tantas vezes em versão bad guy. Outras ainda, precisam de todo o cocktail para sentirem a transformação e mesmo assim querem continuar a resistir.
Desde a adolescência a vida coloca-nos em imensas situações no sentido de nos preparar para essa transformação. A menina que se transforma em mulher. A passagem do mundo cor-de-rosa para a vida real decisiva e mutável. Essas situações vão crescendo e crescendo até registarmos essa evolução, até assumirmos o nosso crescimento, o nosso desenvolvimento, a nossa transformação. Tal como a lua em quarto crescente se vai transformando em lua cheia. A transformação de menina a mulher. Mulher que tem voz, que decide, que sabe quem é e, como todas estas premissas, sabe o que quer. Se calhar não é assim a definição de senhora. Mas, de mulher, é e será.