Bola para o conservador
Bola para mim.
Quantas verdades absolutas assumidas são na realidade zero verdades?! De quantas mentiras formuladas na nossa caixinha nos convencemos de que são leis as regras segundo as quais sempre vivemos e que temos que continuar a seguir?
Bola para o conservador.
Um novo dia é sempre exatamente isso que a palavra define, novo. E o novo é algo que não se conhece, não se sabe o que se espera, não se sabe com o que podemos contar. O novo pode aguçar a expectativa como pode aguçar o medo. Daí que o saber com o que se pode contar é uma forma que usamos para contornar a ansiedade do novo. Mas, aí já começa a primeira mentira... convencermo-nos de que sabemos como vai ser esse novo dia é um nada muito grande. E é esse nada que diariamente tentamos esconder com 909 tarefas, 6 ou 8 compulsões, 3 ou 4 zappings nas redes sociais e mais um 101 mil nr de sinapses que fazemos ao planear o que vamos fazer a seguir. E o presente fica a zero.
Bola para o controlado.
Para além disso, ainda desenvolvemos a comum táctica de afirmarmos que somos assim ou assado, que sempre agimos assim e que isto é um padrão incontornável. Quando, na maioria das vezes basta mudar o cenário, mudar os actores, mudar o timming e perante a mesma coisa mas com uma forma no espaço diferente reagimos duma maneira simples, não analítica e com um final feliz impecável.
Bola para as 909 mentiras paranóicas.
Segue-se a saga de todos os dias acordarmos e termos a possibilidade de nos descobrirmos sob a regência de um lado inconstante. Mas, na maior parte do tempo, cumprimos rotinas, as quais nos caracterizam como uma seca de pessoas. Sob a regência de um lado conservador declaramos o fim do mundo quando algo se rompe.
“O saber” do resultado final quando a missa ainda só vai a meio é a maior mentira de todos os tempos.
Na minha opinião, é essa a luta que a mulher trava consigo mesma. A luta de se querer manter estável, equilibrada, organizada, com tudo sob controlo, tudo planeado, quando na realidade o seu instinto é selvagem e inconstante. E não há nada que assuste mais a sociedade, não há nada que assuste mais o nosso lado conservador do que não saber com o que se pode contar.
Bola ⭕️ para o conservador. 1 para a selvagem inconstância. Eu revejo-me tal e qual em tudo o que escrevi. Quem mais?!
Por fim, só tenho duas palavras: pobres homens! 😅💁🏻♀️